segunda-feira, 16 de agosto de 2010

15/08/10 ***O Banco Santos teria servido apenas como ponte para Roseana e Murad usarem os dólares depositados fora do Brasil.



Documentos confirmam contas da família Sarney no exterior

Conforme VEJA noticiou no ano passado, José Sarney - e sua filha, Rosena - têm dinheiro fora do Brasil ligado ao falido Banco Santos


Documentos arquivados no falido Banco Santos reforçam indícios do que VEJA revelou com reportagem em julho de 2009: a família Sarney possui realmente contas no exterior. Há dois anos, VEJA teve acesso a dados do Banco Central, recolhidos por auditores e pela Polícia Federal, que mostravam que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB), tinha dinheiro em contas abertas fora do Brasil. Toda a movimentação era controlada por Vera Lúcia Rodrigues, secretária de Edemar Cid Ferreira, banqueiro e controlador do Banco Santos, além de amigo íntimo de Sarney.

Papeis encontrados no arquivo do Banco Santos e obtidos pelo jornal O Estado de S.Paulo - incluindo relatório confidencial da instituição - indicam que a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e seu marido, Jorge Murad, simularam um empréstimo de 4,5 milhões de reais para resgatar 1,5 milhão de dólares que possuíam no exterior. A operação foi montada legalmente no Brasil, com prazo de seis anos, dizem os documentos. O empréstimo, porém, foi pago por meio de um banco suíço cinco dias depois da liberação dos recursos no Brasil.

Ainda de acordo com a documentação, o dinheiro foi investido na compra de participações acionárias em dois shoppings, um em São Luís do Maranhão e outro no Rio de Janeiro. O Banco Santos teria servido apenas como ponte para Roseana e Murad usarem os dólares depositados fora do Brasil. É o que o mercado financeiro batiza de operação back to back.

Negociação - Todo este acordo, montado em julho de 2004, foi articulado entre Roseana, Murad e Edemar Cid Ferreira, padrinho de casamento do casal e dono do Banco Santos, que quebrou quatro meses depois. De posse dos documentos, o Estado procurou em São Paulo o administrador judicial do banco, Vânio Aguiar, para se certificar de que os papeis estão mesmo nos arquivos oficiais da instituição. Ele confirmou a veracidade dos documentos. "Eu não sabia da existência deles. Mandei levantar e confirmo a existência desses documentos nos arquivos do banco". Aguiar completou: "Foram encontrados na área de operações estruturadas."

Como apontou VEJA em 2009, a conta atribuída a Sarney no exterior registrava saldo de 1,7 milhão de reais em outubro de 1999. A movimentação também mostraria uma coincidência de datas e depósitos, em junho de 2001: logo depois de uma viagem de Sarney e Edemar a Veneza, na Itália, onde o banqueiro teria entregue 10.000 dólares ao presidente do Senado, a secretária Vera Lúcia registrava essa remessa no histórico da conta. VEJA analisou à época que o problema da existência da conta - não é crime ter dinheiro no exterior -, era que as declarações de renda do senador não registravam dinheiro no exterior no período contemplado pela contabilidade do Banco Santos. Além disso, os dólares equivaliam a 74% do patrimônio total declarado por Sarney à Justiça Eleitoral em 1998, quando concorreu ao cargo de senador pelo Amapá.

(Com Agência Estado)

Tags: banco santos, dinheiro, escândalo, lavagem de dinheiro, roseana, roseana sarney, sarney, senado.
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